quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O dia-a-dia de um celíaco

André Santos é um jovem português de 24 anos. Nascido na Invicta Porto, convive há 4 anos com a doença celíaca. Seus sintomas começaram ainda na adolescência, os desconfortos gástricos eram tomados como comuns e vindos de uma predisposição familiar. Mas, durante uma temporada de férias com os amigos na praia, em meio a muitos fast foods, uma crise o levou a primeira desconfiança de que havia algo de errado. O gastroenterologista consultado fez diversos exames e o encaminhou a outro especialista, ao fim de 7 meses foi dado o diagnóstico de doença celíaca.
Esse ainda é um percurso recorrente em muitos casos. A endoscopia, a colonoscopia ou o exame de sangue para atestar alergia ou intolerância a algum alimento ainda demoram a serem feitas, enquanto isso o paciente continua a ingerir o que não imagina que esteja  fazendo algum mal.
Nosso entrevistado parece encarar de forma bastante simples sua restrição alimentar. Contou que sua mãe, quem cozinha em casa, faz algumas refeições sem glúten para toda a família. Entre os amigos há a mesma compreensão, adaptaram-se facilmente as mudanças de destino ao sair, ao invés de cafés e casas de sanduíche, optam sempre por restaurantes.
Assim que percebeu que teria que mudar completamente seus hábitos, André começou a procurar na internet os lugares em que poderia encontrar produtos sem glúten. A primeira compra foi na Casa Chinesa (link), uma tradicional loja onde podem ser encontrados os mais variados produtos, desde os dietéticos, aos queijos e iguarias mais peculiares. Segundo o atual proprietário da loja, aquele foi o primeiro lugar a disponibilizar alimentos sem glúten no Porto. Entre outros lugares, um ótimo local para comprar esse tipo ou qualquer outro tipo de alimento para alérgenos é o Celeiro Dieta (link). Trata-se de uma cadeia de lojas situadas em diversos locais pela cidade do Porto. Os produtos estão em dispostos de maneira bastante acessível, há variedade de produtos e os atendentes são atenciosos e estão aptos a esclarecer recorrentes dúvidas.
Outro ponto comum entre as pessoas com restrições alimentares, a associação em grupos de pessoas com as mesmas características. Em Portugal existe a APC – Associação Portuguesa de Celíacos (link). André logo se tornou associado e salientou a importância das conquistas políticas por meio da Associação, uma delas – a obrigatoriedade de rotulagem específica para alérgenos “Contém glúten” ou “Não contém glúten”.
É sempre interessante conhecer um outro modo de vida que é mais próximo do que imaginamos. A alimentação é mais que o simples ato de comer, faz parte da sociabilidade e é mediador de comemorações, rituais e do cotidiano em grupo. Restringir a alimentação não é diminuir esses momentos, mas sim reinventar formas de convivência.

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