quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A vida de um universitário na cozinha nunca é fácil. Vida de universitário em intercâmbio em um país diferente, então, é complicadíssima. Para os que já sabiam cozinhar, aparece o trabalho de readaptar as receitas que tinha costume de fazer, procurar os ingredientes que possam substituir outros de sua terra; para os que sequer se preocupavam com tal prática, resta encontrar a comida fácil do novo lugar em que se encontra agora. 
No entanto, nos dois casos uma coisa é sempre constante e comum: a busca pela economia. Dentre as regras para alcançar esse ideal, podemos dizer que os pratos elaborados são automaticamente excluídos do cardápio, seja em um restaurante ou não; escolher alimentos que possam ser reaproveitados, como congelar a comida feita para os que cozinham, e, para os que não, guardar o pão dado no refeitório da universidade para um lanchinho da tarde; Todo o esforço para conseguir economizar uma quantia razoável é logo aparente, mas ninguém nega que o quanto faz falta uma comidinha caseira, bem feita e em abundância! Basta perguntar a qualquer um de vinte e poucos anos que more sozinho... 
Alguns, porém, têm a sorte de ter por alguns dias a volta das regalias e jantares em família, onde INCLUSIVE o vinho está presente! Que maravilha, adeus cozinha! Adeus conta para saber se o dinheiro dará para refeição + saída à noite!  Adeus calculadoras no fim de cada jantar fora com amigos! 
E é disso que se trata este ensaio. Por cerca de uma semana, foram registrados momentos com muita fartura à mesa! O Porto, Lisboa e Paris foram as cidades que emprestaram um pouco de sua culinária durante o natal e o ano novo dessa família que pôde se reencontrar e ter, junto de ótima gastronomia, bons momentos de riso e matança de saudade! 

Delicie-se.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Amor à mesa




Nossa próxima paragem faz o caminho entre dois lugares bastante particulares, que abrigam as mais controversas questões sobre as quais  mulheres e homens podem discorrer – coisas do coração e o estômago das coisas. Entrevistamos jovens mulheres à respeito da relação entre “o comer”, “o amar” e “o conquistar” em suas vidas. 
 As questões são simples, mas revelam que há intenções muito mais ricas do que pode imaginar um prato de massa ou uma taça de sorvete de chocolate. 
 Falar sobre hábitos alimentares e de preparo de refeições é falar sobre identidade, modos de vida, história, a transmissão de costumes e os meios para alcançar o outro, mas principalmente, é entender um pouco do olhar de cada um sobre seu círculo de relações. 
Anna Maria, Ania, Isabel e Renata têm trajetórias diferentes, mas a comida liga essas jovens de maneira um tanto declarada e saborosa.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mas e os outros?

Com tantas receitas e pratos que Porto tem a oferecer, fica difícil escolher um predileto. São tantos os tipos de pães, doces feitos de ovos, queijos, leites e cafezinhos a esperar por um mero olhar para colocar quem quer que seja em tentação. Se para a maioria das pessoas esses alimentos já representam um “alerta: é bom, mas engorda”, existe um grupo muito mais seleto de pessoas para quem eles gritam “cuidado, posso te fazer mal – de verdade!”.  São os celíacos – alérgicos a glúten e outros alimentos- e os que carregam consigo algum tipo de intolerância alimentícia. 

Comumente confundidos por causarem os mesmos sintomas, antes de tudo, é necessário entender a natureza de cada uma dessas doenças. Os celíacos geralmente desenvolvem alergia por motivos de hereditariedade, hipersensibilidade a determinados alimentos, como milho, arroz, carne de porco, pães, camarão, peixes, entre outros. Neste caso, o organismo entende que uma substância inofensiva que acaba de ser ingerida, é na verdade perigosa para o sistema e tenta expelir tal substância, causando o vômito, dor abdominal, diarréia, urticária, tosse etc. Já a intolerância, provém da ausência das enzimas próprias para fazer a digestão de determinados alimentos, como o leite. Então, quando o organismo não consegui digerir a substância, tenta eliminá-lo através de vômito, diarréia e outros sintomas.

Mas calma, existem boas notícias também! Na Europa, por exemplo, as pessoas que sofrem com tais doenças recebem benefícios do governo, que visam diminuir os gastos extras que são necessários para manter a alimentação saudável – leia mais aqui – e apóiam a organização de entidades e grupos que reúnem celíacos e pessoas que sofrem de intolerância, como o André Santos, de Portugal - entrevista. Além disso, atualmente, há um número crescente de lojas e receitas especializadas em vender e produzir alimentos e refeições especialmente sem glúten e/ou derivados do leite – as formas mais incidentes das doenças acima citadas. Se deseja saber mais sobre isso, clique aqui.

Melhorando o fornecimento


Para quem tem algum tipo de doença que envolva alergias ou intolerâncias alimentares, preocupar-se com a alimentação adequada é uma rotina, já que para algumas pessoas as conseqüências por ingerir algo proibido podem ter dimensões realmente indesejáveis. Facilitar o processo na escolha do que comer pode deixar de ser uma tarefa tão complicada e duvidosa, já que muitas vezes os consumidores não têm absoluta certeza de que é composto algum alimento industrializado.
A partir de Janeiro de 2012, as empresas serão obrigadas a colocar a composição dos alimentos industrializados nas embalagens, desta forma, aqueles que não podem ingerir alguma das substâncias, poderão ter mais exatidão em suas escolhas, ao invés de só terem como opção comprar comida em lojas especializadas.
Além disso, muitos países têm disponibilizado benefícios fiscais e ajudas de custo às pessoas que convivem com intolerância e alergia alimentares, já que os alimentos específicos à essas pessoas, tem o preço muito elevado em relação aos alimentos que contém derivados de leite e/ou glúten. No entanto, em Portugal o que ocorre é somente uma redução do imposto de renda, para compensar os gastos que existem com tais alimentos. Para saber a situação de um celíaco e entender um pouco mais, clique aqui.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Onde Comer!


Falar de todas as alternativas que existem e os benefícios disponíveis é muito bom, mas vamos à parte prática? Aqui segue uma relação de onde ir quando se busca por restaurantes sem glúten... Bom apetite! 


O dia-a-dia de um celíaco

André Santos é um jovem português de 24 anos. Nascido na Invicta Porto, convive há 4 anos com a doença celíaca. Seus sintomas começaram ainda na adolescência, os desconfortos gástricos eram tomados como comuns e vindos de uma predisposição familiar. Mas, durante uma temporada de férias com os amigos na praia, em meio a muitos fast foods, uma crise o levou a primeira desconfiança de que havia algo de errado. O gastroenterologista consultado fez diversos exames e o encaminhou a outro especialista, ao fim de 7 meses foi dado o diagnóstico de doença celíaca.
Esse ainda é um percurso recorrente em muitos casos. A endoscopia, a colonoscopia ou o exame de sangue para atestar alergia ou intolerância a algum alimento ainda demoram a serem feitas, enquanto isso o paciente continua a ingerir o que não imagina que esteja  fazendo algum mal.
Nosso entrevistado parece encarar de forma bastante simples sua restrição alimentar. Contou que sua mãe, quem cozinha em casa, faz algumas refeições sem glúten para toda a família. Entre os amigos há a mesma compreensão, adaptaram-se facilmente as mudanças de destino ao sair, ao invés de cafés e casas de sanduíche, optam sempre por restaurantes.
Assim que percebeu que teria que mudar completamente seus hábitos, André começou a procurar na internet os lugares em que poderia encontrar produtos sem glúten. A primeira compra foi na Casa Chinesa (link), uma tradicional loja onde podem ser encontrados os mais variados produtos, desde os dietéticos, aos queijos e iguarias mais peculiares. Segundo o atual proprietário da loja, aquele foi o primeiro lugar a disponibilizar alimentos sem glúten no Porto. Entre outros lugares, um ótimo local para comprar esse tipo ou qualquer outro tipo de alimento para alérgenos é o Celeiro Dieta (link). Trata-se de uma cadeia de lojas situadas em diversos locais pela cidade do Porto. Os produtos estão em dispostos de maneira bastante acessível, há variedade de produtos e os atendentes são atenciosos e estão aptos a esclarecer recorrentes dúvidas.
Outro ponto comum entre as pessoas com restrições alimentares, a associação em grupos de pessoas com as mesmas características. Em Portugal existe a APC – Associação Portuguesa de Celíacos (link). André logo se tornou associado e salientou a importância das conquistas políticas por meio da Associação, uma delas – a obrigatoriedade de rotulagem específica para alérgenos “Contém glúten” ou “Não contém glúten”.
É sempre interessante conhecer um outro modo de vida que é mais próximo do que imaginamos. A alimentação é mais que o simples ato de comer, faz parte da sociabilidade e é mediador de comemorações, rituais e do cotidiano em grupo. Restringir a alimentação não é diminuir esses momentos, mas sim reinventar formas de convivência.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Roteiro Gastronômico em Porto

Pequeno almoço no Café Guarany. Bem localizado em plena Avenida dos Aliados é bom convite para iniciar um domingo. Conhecido como o “Café dos Músicos”, acompanha requinte, bom gosto artístico, mas não dispensa o aconchego dos pequenos cafés portugueses.


Pequeno almoço por 16 EUR




Almoço no Café Alternativa. Casa comum, mas funcional, como tantas outras espalhadas pelas zonas do Porto. O serviço é rápido e acompanha o ritmo apressado do intervalo entre manhã e tarde. Nosso pedido, “Prego no prato”, bife, ovo, batatas fritas, queijo e fiambre.
 
Jantar no Café Galerias de Paris. A sensação que se tem ao adentrar é que o fado está alí, mesmo que o grupo ainda não tenha começado a tocar. Comidas típicas e vinho verde foram o acompanhamento da noite. A região onde o café se encontra é tomada por bares, restaurantes e clubs que despertam quando o sol se poe, trazendo para as ruas estudantes, casais e amantes de boa música, comida e companhia.


Bolinhos de Bacalhau

O preparo



Pastel de Belém