quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Doces de Ovos


      Ao andar pelas ruas do Porto, as vitrines das confeitarias e cafés aguçam os olhos e o paladar. Impossível não notar a predominância do amarelo ouro entre os doces e buscando na história, descobrimos um motivo bastante peculiar para a predominância dos ovos na culinária portuguesa. A confecção de doces por freiras era um dos destaques da vida conventual feminina, em meados do século XV. As granjas conventuais produziam centenas de dúzias de ovos por mês, além dos moinhos e das hortas que proporcionavam bons rendimentos ao grupo.
Pastel de Belém

Travesseiro de Sintra
       Com tamanha quantidade de ovos, as claras eram utilizadas para engomar os hábitos e preparar vinho, pela clarificação. Processo em que a albumina levava para o fundo do barril as partículas mais densas do sumo de uva, tornando assim, a bebida mais transparente. As gemas que restavam eram reeditadas em inúmeras receitas de doces de ovos. Importante salientar que havia grande variação dos tipos de doces entre regiões e conventos, alguns exemplos são o leite creme, pudim, barriga de freira, ovos moles, trouxas de ovos, fios de ovos, toucinho do céu, etc. Ainda hoje esses doces são bastante comuns e podemos atribuir tal  preservação pelo fato de terem sido ligeiramente modificados quanto a quantidade de açúcar, por exemplo. 
        

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